Há três anos, boa parte das montadoras anunciou uma migração pujante da frota de carros a combustão para os elétricos (a bateria). De fato, a indústria automobilística aumentou e muito o estoque de automóveis “puramente” elétricos no mundo. No início, talvez pela novidade, as vendas desses veículos no mundo se demonstraram dentro daquilo que se esperava das montadoras, mas essa não é a realidade atual. Na Europa, em números de agosto de 2024, foram vendidos 92.600 carros elétricos. Se compararmos como o mesmo período em 2023, os emplacamentos eram de 165.200 unidades. Vários motivos justificam esse fato, desde a desaceleração de incentivos fiscais até a falta de infraestrutura de carregamento nas vias urbanas e rodovias. Hoje, os consumidores convivem com pelo menos 3 problemas crônicos desses veículos, e de alguma forma todos estão relacionados às baterias.

1) Se você não tem um posto de carregamento em casa, você terá um problema logístico todas as semanas para carregar o seu carro em algum ponto comercial da sua cidade. Terá que conviver com a disponibilidade das vagas e até filas de espera em alguns casos.

2) Se você pretende viajar com o carro, cuidado! Você vai precisar se planejar muito bem e entender perfeitamente como funciona a autonomia do seu carro. Você precisará analisar muito bem o seu caminho para fazer paradas em locais que possuam postos de carregamento nas rodovias em que passar e torcer para eles estarem disponíveis e funcionando. Mesmo tendo eletropostos disponíveis, é necessário entender como funciona o carregamento das baterias dos automóveis, assim como nos celulares. As baterias dos carros carregam de maneira mais eficiente e com menos tempo entre 20 a 80% de sua carga. Já entre 80 a 100%, a bateria demora quase o mesmo tempo, que demorou de 20 a 80%. Além disso, os carros elétricos, em velocidades maiores, consomem mais carga do que em velocidades menores. Nesse caso, se você “pisar mais” na estrada, terá um descarregamento mais rápido da bateria, é o que mostra o gráfico desta postagem extraído do site geotab.com. O gráfico também relaciona a temperatura externa, em dias muito frios ou muito quentes, a autonomia da bateria do seu carro será impactada negativamente. Isso sem falar que a cada ano a bateria do carro se degrada de 1 a 2,5% ao ano. 

3) O último fator e não menos importante é a revenda! Muitos consumidores que tiveram a experiência de um veículo elétrico querem se desfazer dele e voltar para o veículo a combustão ou o híbrido. A questão é que muitas vezes a depreciação do carro no mercado de seminovos pode chegar a 50% em poucos anos de uso.

São tantas variáveis, né?

O futuro do carro elétrico está diretamente atrelado a como as montadoras vão conseguir trazer evoluções no carregamento, seja em baterias mais eficientes, seja na infraestrutura de carregamento nas cidades e rodovias.